Namabhasa e Comportamentos inapropriados de Gurus no Shastra

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Nāmābhāsa

Pergunta: No Caitanya Caritāmṛta, Antya 3.65 afirma-se que nāmābhāsa é suficiente para dar mukti a Jiva. Mukti (libertação do mundo material) acontece depois de cittaśuddhi. Assim, como pode ser que apenas uma nāmābhāsa seja suficiente para dar Mukti a Jiva, sendo que cittaśuddhi não está completa?

Resposta: Como você sabe que cittaśuddhi não está completa?

Pergunta: Cittaśuddhi não está completa pois tais pessoas ainda têm desejos pecaminosos mesmo depois de realizarem nāmābhāsa, embora possam não ser ofensoras. Os muçulmanos, por exemplo, continuam dizendo “hārāma”, mas ainda engajam-se em atividades pecaminosas.

Resposta: A partir da sua declaração, devo presumir que Bhāgavata e Caitanya Caritāmṛta estão errados e que você está certo. É isso?

Pergunta: Sinto muito; minha pergunta é:

Como conciliar os dois pontos? Por um lado, um nāmābhāsa é suficiente para dar mukti. E, por outro lado, descobrimos que mesmo aqueles que cometem nāmābhāsa, continuam a ter desejos pecaminosos, embora seus pecados tenham sido perdoados. Sendo assim, como eles atingem mukti?

Resposta: Em sua primeira pergunta, você disse: “Como pode apenas uma nāmābhāsa ser suficiente para dar mukti a Jiva, sendo que citta-śuddhi não está completa?” Aqui, neste ponto, você já assumiu que nāmābhāsa não resultará em citta-śuddhi. Então o que posso dizer? Você está fazendo uma suposição errada. “Nāmābhāsa mukti” também significa que ela purifica a citta. Porem, se a pessoa não estiver livre de ofensas, então essa pessoa não receberá mukti. 

Se você ver um muçulmano ou quem quer que seja cantando nāmābhāsa porem não obtendo mukti, isso significa que tal pessoa não está livre de ofensas. Nāmābhāsamukti a pessoa que está livre das ofensas ao nome. O coração de tal pessoa é purificado por nāmābhāsa. No entanto, se a pessoa tem ofensas vindas do seu passado ou se está cometendo ofensas no presente, então nāmābhāsa não lhe concederá mukti.

Comportamentos Impróprios de Gurus nos Śāstra

Pergunta: No Śrīmad Bhāgavata, Nono Canto, Capítulo 2, vemos que Vasiṣṭha puniu excessivamente Pṛṣadhra amaldiçoando-o para que eles se torna-se uma pessoa de nascimento inferior. Mas Pṛṣadhra humildemente aceitou a maldição e transcendeu-na, abrigando-se em bhakti.

Também vemos no Capítulo 9 a história de Saudāsa. Aqui também, Vasiṣṭha puniu excessivamente Saudāsa sem ter analisado completamente o envolvimento de Saudāsa. Quando Saudāsa estava prestes a amaldiçoar Vasishtha de volta, sua esposa Madayantī o proibiu.

No Capítulo 13, Nimi Maharaj nomeou outro sacerdote e juntos realizaram o yajña, pois ele não queria adiar o yajña até que Vasishtha chegasse. Mas Vasishtha amaldiçoou Maharaja Nimi. Porem, dessa vez, Maharaja Nimi amaldiçoou Vasishtha de volta por sua ganância. (SB 9.13.5)

Embora Vasiṣṭha fosse ganancioso por dakṣiṇā tanto de Indra quanto de Nimi, como pode ser certo da parte de Mahārāja Nimi contra amaldiçoar um brāhmaṇa (que também era seu guru) a morrer? Nada é dito sobre esse erro de Maharaja Nimi.

Resposta: A resposta simples é que, ao contrário da esposa de Saudāsa, a esposa de Nimi não foi rápida o suficiente para impedir o marido de amaldiçoar Vasishtha!!

Agora a verdadeira resposta: você disse corretamente que Vasishtha era rápido demais para amaldiçoar sem considerar a intenção do seu discípulo. É verdade que ele era o guru, porem, não estava se comportando como um. Ele estava lançando maldições que não eram proporcionais aos erros, como você bem apontou.

Então Nimi acabou com isso. Ele poderia ter evitado amaldiçoar, mas nesse caso, talvez Vasiṣṭha também tivesse amaldiçoado o sacerdote de Nimi por substitui-lo. Vasiṣṭha se foi por 500 anos. Você acredita que Nimi deveria ter esperado todo esse tempo? Deveria alguém ter que esperar para executar um ato religioso/devocional por causa da ganância do guru? Não deve-se atrasar um ato auspicioso desnecessariamente. Gṛhīta iva keśeṣu mṛtyunā dharmamācaret – o ato Dharmico deve ser feito como se fosse morrer a qualquer momento.

guror apy avaliptasya kāryākāryam ajānataḥ

utpatha-pratipannasya parityāgo vidhīyate

Um guru que age de forma imprópria deve ser abandonado. Bhīṣma lutou com seu próprio guru, Parśurāma, arriscando sua vida. Parśurāma era bem conhecido por derrotar reis kṣatriyas. Arjuna também lutou contra seu próprio guru. Na verdade, ele não queria lutar, mas Kṛṣṇa, a fonte e protetor do dharma, instruiu Arjuna a lutar. Não apenas isso, mas Kṛṣṇa estava dirigindo a quadriga de Arjuna enquanto Arjuna atirava suas flechas afiadas em Droṇa. E ao mesmo Kṛṣṇa que diz que Ele mesmo se manifesta como o guru e que o guru nunca deve ser desrespeitado – acharya mām vijānīyāt nāvamanyeta karhicit. Dhṛṣṭadyumna também matou seu próprio guru.

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    — Babaji Satyanarayana Dasa
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