Pergunta: Como podemos entender que Kṛṣṇa não cria as Jīvas? Ele é Deus; Ele é o criador de tudo. Sempre ouvimos que nem mesmo uma folha de grama se move sem Sua permissão. Também no Bhagavad Gītā, Ele diz muitas vezes que Ele é o criador de tudo. O śloka mais famoso é provavelmente o BG 10.8:
“ahaṁ sarvasya prabhavo
mattaḥ sarvaṁ pravartate
iti matva bhajante māṁ
budhā bhāva-samanvitāḥ”
“Eu sou a fonte de tudo. Devido a Mim tudo funciona. Convencidos por este conhecimento, as pessoas inteligentes, dotadas de amor, adoram-Me.”
Resposta: Pela sua declaração, “Ele é Deus; Ele é o criador de tudo”, parece-me que sua definição de Deus é aquele que é o criador de tudo. E em apoio a isso, você cita o Bhagavad Gītā. Esta declaração, bem como algumas outras declarações que descrevem Kṛṣṇa como o criador de tudo, referem-se apenas ao mundo material.
Em tais declarações, o assunto descrito é a criação material e não os seres vivos individuais ou Vaikuṇṭha. No segundo capítulo do Gītā, Kṛṣṇa diz muito clara e repetidamente que não há nascimento ou criação para o ātmā.
Ele diz claramente que nunca houve um tempo em que os seres vivos não existissem (Gītā 2.12). O ātmā nunca nasce e nunca morre (Gītā 2.20). Você pode ler Gītā 2.12-30 e 15.7 onde ele diz sobre natureza sem nascimento da ātmā.
Ele também diz que tanto Prakṛti quanto Puruṣa ou Jīva não têm inicio, anādi. Isso significa que eles nunca foram criados. Se o ātmā fosse criado por Kṛṣṇa, então Ele teria dito isso. Mas Ele nunca diz isso em lugar algum. Em vez disso, Ele diz exatamente o oposto. A afirmação “Deus é o criador de tudo” aplica-se apenas ao mundo material e não ao ātmā (jīva), a Vaikuntha e a Seus associados eternos. Tudo em Vaikuṇṭha é eterno, assim como o próprio Kṛṣṇa.
Pergunta: Muito obrigado, Babaji. Eu tenho uma outra dúvida. No comentário de Viśvanātha Cakravarti Ṭhākura, traduzido por Bhanu Swami, as palavras “aham sarvasya prabhavah” (Gītā 10.8) são traduzidas como “Eu sou a fonte de tudo”.
Viśvanātha Cakravarti comenta o seguinte: “Aqui Ele fala sobre Sua vibhūti caracterizada por grande poder. Eu sou a causa da existência e manifestação de tudo – tanto material quanto espiritual (prabhavaḥ).”
No Bhagavad Gītā de Bhaktivedanta Swami, na tradução palavra por palavra está escrito:
sarvasya—de todos, e; prabhavaḥ — a fonte da geração. Na tradução do verso, ele escreve: “Eu sou a fonte de todos os mundos espirituais e materiais”.
Portanto, estou confuso se Kṛṣṇa fala apenas em relação ao mundo material. Qual é exatamente o significado do mundo prabhavaḥ? De acordo com Viśvanātha Cakravarti Ṭhākura, pode-se concluir que Kṛṣṇa também diz que Ele é o criador do mundo espiritual, que incluiria o ātmā.
Resposta: Viśvanātha Cakravarti Ṭhākura usa duas palavras diferentes para se referir a objetos materiais e espirituais quando explica a palavra Prabhavaḥ. Para objetos materiais, ele usa a palavra utpatti ou “criação”, enquanto para objetos espirituais, ele usa a palavra prādurbhāva ou “aparência”.
Objetos espirituais não são criados, mas podem aparecer e desaparecer, se manifestar e não se manifestar. Por exemplo, Kṛṣṇa nasce. Porem, Seu nascimento não é como o nosso nascimento. Nossos corpos são criados, porem Seu corpo se torna manifesto. Tenho certeza que você entende a diferença (veja Gītā 4.9).
Se aceitarmos que o mundo espiritual é criado como o mundo material, isso significaria que pāriṣads como Rādhā ou Balarama foram criados em algum momento. E isto implicaria ainda que antes disso, Kṛṣṇa estava sozinho. E isto significaria que Seu līlā não é eterno. E essa afirmação é contraria ao śāstra.
Quando estudamos śāstra, não devemos apenas citar um verso e argumentar. Podemos levantar questões para entender um verso, Mas temos que garantir que o significado que extraímos do verso não contradiga outra parte do śāstra. O significado deve sempre conciliar declarações śāstricas. Isso se chama samanvaya. Caso contrário, śāstra não teria valor algum.
Se aceitarmos que o ātmā foi criado, então todos os versos do Bhagavad Gītā aos quais me referi em minha resposta anterior bem como as centenas de versos encontrados no Śrīmad Bhāgavata, Upaniṣads, Vedānta-sūtra, etc. seriam contrariados.
Love is the only thing that does not end up in frustration because it does not have any purpose behind it. Conditional love is not pure. When that condition is not satisfied then there is frustration. It is not possible to have frustration in love. If you are experiencing frustration in love that means there is something wrong and you should try to correct it.
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