Pergunta: Eu realmente gostaria de acreditar, saber e sentir que Deus existe. Isso facilitaria em muito a minha vida. Porem, não consigo ser convencido da existência de Deus. Quando tento, rapidamente surgem dúvidas na minha mente que abalam a frágil base do meu raciocínio.
Os momentos infelizes da vida superam em muito os felizes ou neutros. Estudar, meditar e cantar não parecem trazer-me o resultado desejado – ver Deus e/ou compreendê-lo (não que eu gaste muito tempo nestas atividades). Os Guṇas da natureza material me parecem complicados demais para serem superados e os prazeres mundanos trazem rapidamente um estado de calma para a mente (mesmo que temporário). Eu gosto de pensar que isso é mais ou menos o que toda a humanidade experimenta.
Por que Deus tornaria tão difícil para o ser humano conhecê-lo ou compreendê-lo? Por que Deus simplesmente não liberta a humanidade e lhes da a capacidade de vê-lo e entendê-lo? Por que ele colocou o ser humano em tal situação em primeiro lugar? Ele existe mesmo? Eu realmente adoraria acreditar que sim. Parece-me que o ser humano tem que passar por sofrimento para poder obter um pouco de sabedoria. Não tenho certeza se minhas perguntas fazem sentido, mas acredito que saber as respostas delas ajudaria-me a trazer (mais) sentido à minha vida.
Resposta: Por que você quer acreditar em Deus? Você não acredita em Deus, mas ao mesmo está colocando toda a culpa dos seus problemas em Deus. Por que você acha que Deus iria criar problemas para você? Você poderia nomear os problemas que você enfrenta que tenham sido criados por Deus? Você acredita que você e/ou outros seres não tenham nenhuma responsabilidade nos seus problemas? Você poderia me dizer como Deus está criando seus problemas? Será que você não está tentando apenas se esquivar da responsabilidade dos seus problemas e jogá-las na cabeça de Deus? Caso contrário, como você pode pensar que o Deus que nem existe está ocupado criando problemas para você? Não é estranho que sua mente não queira acreditar em Deus e que ela rapidamente remove a existência dele do seu raciocínio fraco, ao mesmo tempo em que felizmente culpa-O por todos os seus problemas?
Posso estar errado e, por favor, perdoe-me se estiver, mas acho que o problema não é com Deus, mas com a sua mente. A mente é a verdadeira culpada. Śri Kṛṣṇa (Deus) declara isso (Gītā 6.5). Ele diz que essa mente é seu maior inimigo. É fácil colocar a culpa em Deus, mas isso não resolverá o problema. Você terá que lidar com o problema real se quiser uma solução. Então, é melhor estudar a sua mente e as saṁskāras que a estão conduzindo. Todos esses pensamentos provavelmente estão enraizados em sua educação durante a infância. Eu poderia responder a todas as suas perguntas, mas suas saṁskāras da infância rapidamente iriam ignorar minhas respostas e você voltaria ao mesmo processo de pensamento. Assim, sugiro a você olhar para a sua própria mente e nas saṁskāras que a conduzem.
Pergunta: Na Bhagavad Gītā 18.14, é dito que “a ātma dentro do corpo está agindo para trazer os resultados da atividade e, portanto, é conhecido como o executor, kartā”.
Que a alma é o conhecedor bem como o executor também é afirmado no Śruti, eṣa hi draṣṭā sraṣṭā (Praśna Upaniṣad, 4.9). Também é confirmado no Vedānta-sūtra pelos versos, jño ‘ta eva, (2.3.18) e kartā śāstrārthavattvāt, (2.3.33).
Como podemos entender a ātma como kartā (agente) em relação ao livre-arbítrio, svatantratā? Este livre arbítrio é parte integrante da ātmā? Ou o kartā escolhe entre as várias opções por meio da inteligência, buddhi?
Resposta: Existem três tipos de agentes, ou kartā. Eles são chamados de agente independente, ou svatantra kartā, o agente impelido ou prayojya kartā, e agente propulsor ou prayojaka kartā.
Destes, apenas o svatantra kartā é livre para agir e não depende de mais ninguém. O agente impelido não é absolutamente livre em seu agir. Por exemplo, se um empregador atribui um determinado trabalho ao seu empregado, então o empregador é o agente propulsor e o empregado é o agente impelido. O agente impelido não tem liberdade absoluta para fazer o que gosta. Ele têm que agir de acordo com a ordem que lhe fora dada. Sua liberdade ou livre arbítrio é restrito.
Da mesma forma, a ātmā em seu estado condicionado não é absolutamente livre para agir. A ātmā condicionada é influenciada pelo karma passado. Portanto, não há livre arbítrio absoluto.
A ātmā tem agência, mas não pode agir sem o corpo e os sentidos. Ela tem potencial, mas para realizar esse potencial, precisa da ajuda do corpo, da mente e dos sentidos. A vontade da ātmā só se manifesta através do complexo mente-corpo.
O corpo, a mente e os sentidos, no entanto, são inertes e limitados. Portanto, eles condicionam a ātmā. Como resultado disso, a ação da ātmā fica condicionada. Assim, de modo relativo à intensidade do condicionamento, a liberdade da ātmā será limitada. Portanto, deste modo o livre-arbítrio não pode ser praticado. Para todos os efeitos práticos, não existe livre arbítrio. A vontade da ātmā é sempre condicionada enquanto no estado condicionado. É por isso que é chamado baddha-jīva – “um ser preso”. Uma pessoa que esteja amarrada não é livre; por isso tal pessoa está sempre ansiando por mukti — liberação ou liberdade. Ninguém gosta de ser amarrado. É por isso que as pessoas não gostam da prisão. Prisão significa cerceamento da liberdade. Às vezes, políticos famosos são colocados em prisão domiciliar. Sua casa se torna sua prisão.
As pessoas se sentem da mesma maneira durante o bloqueio do COVID-19. Em geral, as pessoas sentem-se felizes por estarem em casa, mas se não é permitido sair de casa, então sua casa passa a parecer como uma prisão, a menos que a pessoa seja introvertida ou um devoto que goste de praticar seu bhajana privadamente.
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